Friday, February 12, 2016

A rapadura não é mole não!

 

De cada 150 estudantes, apenas 15 viram chefs


A popularização do termo gastronomia ultrapassou os limites geográficos da cozinha e parou nas faculdades. Viver com as mãos com cheiro de cebola, respirando temperos e afinando sabores deixou de ser uma missão de quem vivia, há até alguns anos, escondido entre as paredes de uma peça que nem era integrada com o restante da casa. A cozinha deixou de ser um local isolado. Nela não está mais a pessoa que muitos queriam esconder.
Estar na cozinha virou charme. Cozinhar para a família e os amigos virou sinal de aconhego. A gastronomia se popularizou, ganhou pitadas de glamour. E levou consigo uma legião de seguidores. Muitos dos quais descobrem que glamour e gastronomia são duas palavras que, para andarem juntas, requerem muito mais que um período nos bancos das faculdades. Na maioria das vezes, estar na faculdade de gastronomia não garante o carimbo de chef no currículo. A média é que, para cada 150 estudantes, apenas 15 virem chefs profissionais. Até porque há chefs que não engrossaram as fileiras acadêmicas, e há muitos estudantes de gastronomia que nunca chegarão a ter esse título.
“O pessoal vê a gastronomia como glamour, e ela não é glamour. Gastronomia é difícil. Apenas 20% dos alunos que se formam em gastronomia se transformam em chefs. E destes, 10% desistem porque não conseguem se firmar no mercado. Gastronomia não é nada fácil e não tem nada de glamour. É preciso muito mais para ser um chef”, afirma Sebástian Parasole, coordenador do curso de Gastronomia do IESB, em Brasília.
Ao longo dos anos, o argentino Sebástian Parasole tem acompanhado um crescimento substancial na procura por aperfeiçoamento na área. São jovens, adultos e até mesmo idosos que buscam os bancos da faculdade de gastronomia com a meta de se tornar um chef. Ah, o “chef de cozinha”. Aquele ser que tem o “chef” incorporado ao nome, e que tem a capacidade de transformar os mais diferentes ingredientes em uma explosão de sabores e texturas até aos paladares mais refinados.
A conclusão do curso de gastronomia, porém, não significa a incorporação automática do título de chef. Para ser um, é preciso muito mais que um diploma. E a realidade do mercado gastronômico é bem diferente do que a encontrada nos bancos universitários. “Muitos procuram a faculdade para aprender a cozinhar, querem saber receitas. Isso não é gastronomia. E aí, quando se formam, acreditam que o curso é suficiente para colocá-los no mercado. Não é bem assim. É preciso aprender sempre mais, o máximo que tiver oportunidade, treinar em restaurantes de diferentes estados, do mundo. Para ser um bom chef, é preciso também saber limpar chão. E nem todos entendem isso”, resume o chef Parasole.

Publicado por Iara Lemos no site: www.aperitivado.com.br em 2016/02/11/


De cada 150 estudantes, apenas 15 viram che
De cada 150 estudantes, apenas 15 viram chefs

No comments:

Post a Comment